sábado, 2 de novembro de 2013

BEHIND THE CANDELABRA - MY LIFE WITH LIBERACE (2013)

Fazia tempo que não postava nada aqui, mas hoje, após assistir MINHA VIDA COM LIBERACE, me deu vontade de escrever alguma coisa.

Uma produção da HBO Filmes, com direção de Steven Soderbergh (Traffic, Sexo, Mentiras e Videotape, Onze Homens e um Segredo, O Inventor de Ilusões, Erin Brockovich, uma Mulher de Talento, Side Effects, Che, Che 2 - A Guerrilha, Terapia de Risco, Kafka, entre outros).

Diz-se ser este o último filme de Soderbergh, que só aceitou o financiamento de um canal televisivo porque, pasmemos, mesmo com a grandiosidade do nome de Soderbergh e do elenco composto pelos monstros sagrados Michael Douglas e Matt Damon, os produtores cinematográficos consideraram arriscado o tema da homossexualidade, pano de fundo do filme.

Mesmo assim, o motivo anunciado por Soderbergh para esta parada (ainda que possa ser temporária), é de que vai se dedicar à pintura.

O filme é uma linda adaptação do livro “Behind the Candelabra: My Life With Liberace”, escrito por Scott Thorson, que viveu durante cinco anos com o pianista e showman Liberace, uma das figuras mais populares do Show Business entre as décadas de 50 e 70, conhecido tanto pelo seu virtuosismo, quanto por sua forma excêntrica de ser e de viver.

Conta-se a história de como Scott foi apresentado a Liberace, em meados dos anos 70, iniciando uma história conturbada de sedução, amor e dependência.

Scott tinha uma carente história familiar, era órfão e já passara por vários lares adotivos. Encontrou em Liberace um provedor, um pai, um irmão, um amor, que, como parecia ser seu comportamento costumeiro com os jovens, seduziu-o com sua riqueza e com propostas de adoção e testamento a fim de que Scott permanecesse amparado após a sua morte.

Tudo terminou com uma ação de indenização, proposta por Scott em face de Liberace, em 1982, argumentando a promiscuidade do pianista e a sua própria dependência de drogas, que teria sido provocada pelas cirurgias plásticas que Liberace o forçara a fazer.

Aliás, Liberace o convencera a fazer uma mudança em seu rosto, para que Scott pudesse ficar o mais assemelhado possível a ele, Liberace.

O processo terminou com um acordo. Liberace não tinha a menor coragem de sair do armário e seus assessores estavam sempre cuidando em colocar na mídia a imagem dele com um homem que estava em busca da mulher ideal.

Ao final, em tempos nos quais perdíamos Rock Hudson pra o vírus HIV, Liberace telefona para Scott a fim de saber se ele estava bem de saúde, rogando por uma visita, pois estava à beira da morte.

Scott (que não tinha o vírus HIV) o visita, amorosamente, e aceita seu pedido de perdão.

Ainda que a causa da morte tenha sido assinada por um médico como infarto, médicos de um departamento de saúde americano investigaram e rapidamente revelaram a verdade, que Liberace morrera por complicações causadas pelo vírus HIV.

Até ai uma história qualquer, interessante, mas mais ou menos banal e corriqueira na Hollywood daqueles (e de outros) tempos.

Acontece que a interpretação de Matt Damon como Scott Thorson e de Michael Douglas como Liberace são simplesmente E-X-T-R-A-O-R-D-I-N-Á-R-I-A-S e absolutamente impressionantes!

Vale o filme! Vale a direção de Steven Soderbergh! Mas a atuação de Matt Damon e, ainda muito mais, a de Michael Douglas valem uma vida!

O filme levou oito Emmys, das 15 indicações que teve, nas categorias voltadas a minisséries e filmes para a televisão: elenco, direção de arte, edição, hairstyling, mixagem de som, figurino, fotografia, maquiagem com prótese e maquiagem sem prótese.  

"Minha Vida Com Liberace" levou o Emmy de Melhor Filme para TV e Michael Douglas o de Melhor Ator de Minissérie e Filme.

Imagina na Copa! Digo, no Oscar...

O produtor cinematográfico que se arrependeu põe o dedo aqui, que já vai fechar!