Leonardo
Boff (@LeonardoBoff)
já anunciara Elefante Blanco, tempos atrás, indicação que hoje foi reforçada
por Wilson Ramos Filho.
Com Ricardo Darín, "Elefante Branco" tem
como temática os problemas vividos pelos moradores de uma favela de Buenos
Aires, a Villa Virgen, nos anos 70, num repressivo cenário de tráfico, miséria
e abandono.
Focado nos usuários de crack, sobretudo nos muito
jovens, o diretor Pablo Trapero nos conduz a uma angustiante incursão por Villa
Virgen através dos personagens de Ricardo Darín e Jérémie
Renier, que vivem Julián e Nicolas,
dois teólogos da libertação tentando fazer algo em favor da comunidade local, e
da assistente social Luciana, vivida por Martina Gusman.
Julián (Darín) comanda os
trabalhos com o auxílio de Nicolas, o padre francês vivido pelo ator belga Jérémie
Renier, que, recém-escapado de um massacre junto aos índios amazônicos, vive
um momento de intensa crise deflagrada pelo trauma e as culpas por ter
sobrevivido em meio a tantos mortos.
Libertários, os teólogos se
confessam e aconselham mutuamente em suas crises de fé, e se percebe que Julián
está doente e pretende preparar Nicolas para substituí-lo na difícil liderança
dos trabalhos junto á comunidade.
É belo o romance em que o
padre Nicolas se enreda com a assistente social Luciana (Martina Gusman), que
alivia as dores de ambos, ainda que aquele não pretenda desistir de sua
vocação.
O filme é dedicado ao padre Carlos Mugica, cujo
assassinato nos anos 70 até hoje não teve os motivos desvendados às claras, e
traz emocionantes passagens verídicas sobre a história de Mugica.
O destaque de Trapero vai para a capacidade do padre Julián,
que mesmo cansado e por vezes até desesperançado, opta por realizar seu
trabalho no combate à pobreza e à miséria social, enfrentando tudo e todos, desde
o alto comando da própria igreja católica, até as pressões dos grupos de traficantes, que refletem muito
no comportamento dos moradores locais, e, também às fortes pressões policiais.
Elefante Branco
é uma construção imensa, que seria um hospital anos antes, mas que, abandonada,
está em ruínas e serve de abrigo e acolhimento para jovens usuários de crack
que são recebidos pela equipe de protagonistas, seja porque querem ajuda, seja
porque ali se refugiam para tentar salvar-se da morte certa que os espera nos
limites da Villa Virgen.
Entre tiroteios
constantes, e as feridas sociais expostas por Trapero, o filme se desenrola
numa toada nem tão atormentada, como em Carancho (2010), mas que traz a grata
surpresa de ter na trilha sonora a irreverente música “Las cosas que no se tocan”,
da banda argentina “Intoxicados”, ponto em que Trapero acertou a mão e até
contrapesa com alguma pasmaceira que permeia o roteiro.
O final de
Julián tem um gosto de Mugica. A vida segue para Nicolas e Luciana que, parece,
continuarão firmes na ideologia da libertação.
Darín é sempre
Darín, ainda que não esteja assim tão Darín em Elefante Blanco.
A última cena é
tipicamente de Trapero, ou seja, de repente acaba e ai você fica muito feliz
que ente a música dos “Intoxicados:
Me gustan las chicas, me gustan las drogas
me gusta mi guitarra, James Brown y Madonna
Me gustan los perros, me gusta mi estéreo
me gusta la calle y algunas otras cosas
pero lo que más me gusta
son las cosas que no se tocan
Me gusta el dinero para comprarme lo que quiero
me gustan las visitas para matar el tiempo
me gusta esta luz, me gusta esta sombra
me gustan los grupos que no están de moda
me gustan los autos, los trenes, los barcos
me gusta que al que espero no tarde más de un rato
me gusta el arroz, me gusta el puchero
me gusta el amarillo, el rojo, el verde y el negro
pero lo que más me gusta
son las cosas que no se tocan
Por eso me gusta el rock.
me gusta mi guitarra, James Brown y Madonna
Me gustan los perros, me gusta mi estéreo
me gusta la calle y algunas otras cosas
pero lo que más me gusta
son las cosas que no se tocan
Me gusta el dinero para comprarme lo que quiero
me gustan las visitas para matar el tiempo
me gusta esta luz, me gusta esta sombra
me gustan los grupos que no están de moda
me gustan los autos, los trenes, los barcos
me gusta que al que espero no tarde más de un rato
me gusta el arroz, me gusta el puchero
me gusta el amarillo, el rojo, el verde y el negro
pero lo que más me gusta
son las cosas que no se tocan
Por eso me gusta el rock.
2 comentários:
Essa minina... Parabéns pela idéia, muito útil aliás!
Sucesso sempre Tania.
bjs,
Ilda
Obrigada pela visita, Ildinha, vc. que, sei, também é louca por cinema!
Pena que nem sempre eu tenha tempo para vir aqui, mas é sempre boa a companhia dos amigos!
Se acheque e traga suas dicas!
Baci!
Tânia
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