(Mark O'Brien)
“Deixe-me
tocá-la com minhas palavras,
Pois
minhas mãos
Quedam inertes
como luvas vazias
Deixe
minhas palavras alisarem seus cabelos
Escorrerem por suas costas e roçarem sua barriga
Pois
minhas mãos
Leves e
livres como tijolos
Ignoram
meus desejos e se recusam teimosamente
A empreender até meus impulsos mais silenciosos
A empreender até meus impulsos mais silenciosos
Deixe
minhas palavras entrar em sua mente
Carregando
tochas
Admita-as
de boa vontade em seu ser
Para
que elas possam acaricia-la gentilmente
Por dentro”.
Realmente a Academia está fora de
si por não ter indicado The Sessions ao Oscar 2013. Talvez porque o filme seja
tão bom, que nem parece um filme americano.
The Sessions venceu prêmios do
público e do júri no Festival de Sundance 2012, além de ter sido exibido no
Festival de Toronto, e é baseado na história real de Mark O'Brien, uma
sensível e poética alma que passa a maior parte de sua vida dentro de um pulmão
de aço, por ter contraído poliomielite na infância e ter perdido os movimentos
corporais, exceto os da cabeça.
O ator John Hawkes dá vida majestosa ao
personagem Mark O'Brien, que quer amar, a despeito de tudo, quer amar!
A figura do terapeuta, ou o
arquétipo grego do Hierofante, está o tempo todo presente no filme, através do padre
Brendan, vivido por William H. Macy, com quem O'Brien confessa
suas necessidades de conhecer o amor carnal e, mais tarde, após visitar uma
terapeuta sexual, na pessoa de Cheryl Cohen Greene, a “substituta”
interpretada com muita sensibilidade por Helen Hunt.
A “substituta” é uma
especialista em exercícios de consciência corporal, que O'Brien contrata para
lhe indicar os caminhos do sexo. Há um número limitado de seis sessões, e o que
acontece nesse período é simplesmente lindo, leve, mágico e encantador, apesar
de toda a densidade do que ali se está a buscar.
Assinado por Ben Lewin,
o filme é baseado num artigo escrito pelo próprio O'Brien, “Se consultando com
uma substituta”. Apesar de temática tão emotiva, não há tentativa de
manipulação de nossas emoções e a música é algo assim sublime, com destaque
para “Fine Wine Tasting for Two” de Brad Hatfield e “I Go All To Pieces” de Jeff Meegan.
Assista se você acha que a vida
é complicada! Assista se você estiver com medo de amar! Assista se você estiver
com vontade de desistir! Assista...!
2 comentários:
Realmente Tânia, assisti ontem esse filme e achei de uma sensibilidade tremenda. É engraçado e tocante ao mesmo tempo. Acabei na sessão por uma dessas coincidências da vida e, confesso, foi um dos melhores filmes que assisti nos últimos tempos. Vale a pena. abs
Assisti o filme e fiquei surpresa ao ver que A Hora Mais Escura, que é entendiante, foi indicado e este filme maravilhoso não. A Helen está soberba e eu fiquei triste quando o filme terminou, ao contrário de alguns indicados ao Oscar 2013 que eu não via mais a hora do filme terminar. As sessões é o tipo de filme que não dá para assistir só uma vez. Você assiste uma, duas, três, enfim... é maravilhoso! Abraços, adorei seu espaço!!
Postar um comentário