TROUBLE WITHE THE CURVE (CURVAS DA VIDA)
Não é apenas mais um filme americano que fala de beisebol. É muito mais que
isso! É um refrigério para a alma dentro do estilo americano de fazer cinema.
A atuação sempre
bela de Clint
Eastwood, que desta vez não dirige, mas se deixa
dirigir por Robert
Lorenz (com quem trabalha há muito tempo, só que
pela primeira vez assina uma direção cinematográfica), na pele do solitário Gus, um
olheiro de beisebol que está envelhecendo e perdendo a visão, é algo que, por
si só, já vale o filme.
Gus perdeu a
esposa num acidente, quando a filha, Mickey, tinha apenas 6 anos de idade e a criou no
mundo do beisebol.
Mickey, vivida por Amy
Adams numa interpretação
sem maiores brilhantismos, é advogada e espera uma resposta sobre ter sido
escolhida para ser sócia da firma em que trabalha, quando recebe o pedido do
chefe e amigo de seu pai, Klein,
interpretado por John Goodman, para que o auxilie no trabalho, uma vez que está
sob forte pressão para substituí-lo por outro, mais jovem.
Entre a tentação de abandonar o pai, como abandonada por ele se sentiu, Mickey, apesar de seu perfil workaholic,
deixa as coisas no escritório pegando fogo e vai em auxílio do pai.
O que se passa a partir daí, são cenas de puro sentimento familiar, onde
se redescobre o perdão, o amor e, a partir dai, para Mickey vem a disponibilidade emocional que lhe permite romper com o
vínculo de autoafirmação, que tinha, com a advocacia, descobrindo sua vocação
para as coisas do beisebol e iniciando um relacionamento amoroso com Johnny, na pele do ator Justin Timberlake, um ex arremessador descoberto por Gus, que, lesionado, está atuando
como olheiro dos Red Sox.
Duas cenas
muito lindas ficam a cargo de Mickey e Johnny: uma, quando os
dois estão num bar e ela o convida para dançar clogging, uma dança muito louca
das montanhas, e, a outra, quando ele a convida para um banho de rio a noite e
ambos se beijam pela primeira vez. Duas cenas de inocência, emolduradas pela
pureza da fotografia de Tom
Stern, também antigo companheiro de
trabalho de Clint
Eastwood.
Não espere um
filme brilhante ou recheado de emoções fortes, por vezes um tanto clichê, a
ponto de ser concluído por Robert Lorenz subindo o plano sobre Clint Eastwood
após a linda cena de beijo entre Mickey e Johnny, do jeitinho que
americano adora, mas, mesmo assim, um filme doce, para ser assistido por toda a
família numa tarde de domingo, como quem vai a um parque aquático sem grandes
tobogãs, mas com águas azuis e muito refrescantes.
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